28 de setembro de 2013

Passageiros reclamam de longa espera pelos coletivos em Cachoeirinha

Empresa Stadbus só admite diminuição fora dos horários de pico


Roberta Schuler
A alteração nas tabelas de horário dos ônibus que atendem o município de Cachoeirinha vem descontentando passageiros que dependem de linhas como Jardim do Bosque, Parque da Matriz, Integração 1 e 2, Fátima, Distrito Industrial, entre outras. 

A principal queixa dos usuários do transporte urbano, prestado pela empresa Stadtbus, é a longa espera, gerada pela extinção de alguns horários. O problema gera superlotação em alguns casos.

- Tiraram muitos ônibus da linha Integração 2. Depois que baixou o preço da passagem, no dia seguinte já diminuiu a quantidade de ônibus - relata o vigilante Azauri Ibarra, 45 anos, morador do Bairro Granja, citando a redução de R$ 2,80 para R$ 2,60, ocorrida no dia 1º de agosto.
"Empresa nunca tem resposta"
No final da tarde de segunda-feira passada, a cada ônibus que passava, a dona de casa Celenira Borges dos Santos, 50 anos, espichava o pescoço na esperança de avistar a linha Canarinho, com a qual iria para casa. Com a filha Fernanda Celi Borges dos Santos, 
29 anos, Celenira chegou à Parada 50, na Avenida Flores da Cunha, por volta das 16h30min. Viu gente chegar, esperar pela condução, embarcar, o ponto quase esvaziar, encher novamente e... 

- Faz mais de uma hora que estamos aqui! Dizem que é para ter ônibus de meia em meia hora, mas não cumprem. Vejo Anair, Granja, Praça da Matriz, mas nada da Canarinho - comentou Celenira.

Eram 17h50min quando, finalmente, a condução chegou. A universitária Natália da Luz Dorneles, 26 anos, pega a linha Jardim do Bosque. Segundo ela, a Integração 2 seria mais uma opção, mas o ônibus chega lotado:

- Antes, passava de meia em meia hora. Agora, é a cada 45 minutos, mas, aí, sempre arredonda para uma hora. A gente faz contato com a empresa e nunca tem resposta, dizem que está tudo normal.

Prefeitura não admite correlação
A prefeitura de Cachoeirinha nega ligação entre a redução na tarifa e a diminuição dos ônibus. O argumento: no início do ano, uma auditoria apontou que a passagem teria de custar R$ 4,01 para o sistema não operar no prejuízo. Os motivos seriam o alto número de gratuidades e a baixa procura. A empresa queria que a passagem saltasse de R$ 2,80 a R$ 5,24.

Para diminuir o impacto, agora há isenções para idosos de 60 a 65 anos (direito a 60 passes por mês) e passagens para 1,5 mil estudantes (famílias com renda de até meio salário por integrante) passaram a ser subsidiadas. Atualmente, a passagem custa 
R$ 2,60 em função da desoneração de combustível aprovado pela União - e que resultou em reduções em diversas cidades.

Em até 15 dias, as cerca de 300 paradas receberão tabelas de horário.

Empresa reconhece diminuições
A Stadtbus reconhece que houve a diminuição do número de viagens em horários intermediários - só não informou a quantidade, apesar das inúmeras tentativas da reportagem. Nenhum diretor manifestou-se, ficando as explicações para a assessoria de imprensa.

Segundo a empresa, as readequações foram feitas com autorização da secretaria de Mobilidade Urbana (SMMOB). Os ônibus foram distribuídos de acordo com a demanda - empresa alega que há um déficit entre o que foi contratado e o número de passageiros que usam o serviço. A Stadtbus reitera que todos os horários estão sendo cumpridos.

Queixa geral
Reclamações que chegaram via facebook do Diário:
- Passageira da linha Granja Interior 2, a administradora Paula Pires, 28 anos, reclama dos atrasos no início da manhã. Segundo ela, esta é a única opção para o Distrito Industrial e "os horários não são cumpridos, gerando atraso na chegada ao trabalho." No final da tarde, tudo se repete.

- O relações públicas Massimino Anderson Trevisan Delazeri, 28 anos, que utiliza a linha Jardim do Bosque, relata que, a partir da redução no preço da tarifa (em agosto), os atrasos começaram. "Linhas que tinham intervalo de 20 minutos, agora têm de 
40 minutos."

- A passageira Carla Martins utiliza a linha Fátima Ponte e relata que o horário das 6h45min, que ela usava para o deslocamento para o trabalho, já não existe mais. "Agora, ficamos mofando nas paradas à espera do ônibus. Está terrível o descaso da empresa."
DIÁRIO GAÚCHO

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