22 de setembro de 2017

Prefeitura não compra peças desde janeiro e Carris já soma 100 veículos parados

Precarização da Carris se agrava na gestão Marchezan

O último contrato de fornecimento de peças para manutenção dos veículos Volvo, marca que compõe grande parte da frota da companhia, venceu em 31 de janeiro de 2017, conforme consta no TCE-RS (confira clicando AQUI, por https://www.facebook.com/andaportoalegre/). Desde então não há fornecimento e os veículos não passam pela manutenção necessária, uma vez que as peças são retiradas de outros veículos parados, causando canibalização, problema  que pode piorar pois o contrato de retífica da Mercedes Benz, cujo a Carris possuí mais de 100 veículos e da Volvo se encerra em 27 de setembro de 2017 e não há pregão em andamento ou anunciado.

 (fotos do motorista e delegado sindical da Carris Felipe Suteles)
Essa precarização causada pela não manutenção impossibilita a recuperação da empresa, tabelas ficam sem veículo e os usuários sem ônibus, causando prejuízos para toda comunidade. Essas constatações vem depois da acusação do prefeito Nelson Marchezan na rádio de que os funcionários roubariam peças da manutenção, declaração que foi rechaçada pelos funcionários da companhia.

 A Carris foi a primeira empresa de transporte de Porto Alegre. Em 1999 foi eleita a melhor empresa de transporte do Brasil, menos de 20 anos depois, vive o risco se ser privatizada.

O prefeito declarou declarou ainda em entrevista que não deve destinar 80 milhões à carris e que a melhor solução é privatizar ou licitar as linhas pois o valor da passagem não cobre os custos.

 Mas como as empresas privadas conseguem operar e LUCRAR com o mesmo valor da passagem? Quanto a atual gestão trabalhou para recuperar a Carris?










4 comentários:

  1. Prezados Senhores,
    Cumprimento-os, respeitosamente! Meu nome é Alessandro, sou colaborador – afastado por motivos de saúde devidamente comprovados – da Carris, figuro no vídeo de campanha do atual prefeito gravado na frente da empresa no qual começo a minha fala com Nelson Marchezan Júnior, no ato candidato, aos 05:15mim e a encerro aos 05:40mim. Mantenho cada palavra por mim proferida no material de campanha que foi ao ar e vou além dizendo que: não há rumo para a Cia Carris-Porto Alegrense que não patrocine impactos significativos, tanto à vida dos colaboradores, quanto à sociedade Porto-Alegrense. Uma organização com a grandeza institucional da Carris não pode ser refém de gestões públicas executivas, legitimadas através do processo democrático, as quais umas poderão tratar a companhia de forma técnica e profissional, de forma comprometida com seu futuro empresarial em curto, médio e longo prazo, enquanto outras não. Desprovido de predileção partidária, embora tenha a minha, afirmo que é comum ouvirmos nas conversas em todos os âmbitos da empresa que na época da administração do PT as coisas eram diferentes, que a Carris era a melhor do Brasil, fato verossímil, e que desde a gestão do prefeito Fogaça até a do prefeito Fortunati, e agora na atual gestão está sendo “destruída”, fato também verossímil em meu entendimento.
    Para que uma organização seja viável faz-se necessário planejamento. O planejamento estratégico pode e deve ser constantemente revisado e adaptado as variáveis mercadológicas, tanto as controláveis, quanto as incontroláveis: sociedade, economia, dentre outras. Uma empresa que não conta com um planejamento adequado e agravado pela volatilidade de ideologias e interesses está fadada ao fracasso ou ao custeio externo. Custeio externo sem que haja condições de receita para saudá-lo é sinônimo de inviabilidade de negócio que em última instância é o fracasso. Cabe destacar que custeio externo não é sinônimo de subsidio, pois o modelo de transporte adotado na capital não é subsidiado, ainda.
    Uma das possíveis saídas seria criar um mecanismo em que fosse garantida a intenção real para alcançar objetivos de um criterioso planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, independentemente da gestão, ou da ideologia, que estiver comandando o executivo municipal, que vise o desenvolvimento amplo da empresa. Como, em tese, garante-se isso? Com a participação de colaboradores de carreira, eleitos, com conhecimento aferido por meio de prova teórica e com conduta pessoal e profissional que atendam aos princípios da administração pública, compondo o conselho de administração da Carris juntamente com os cargos políticos de forma paritária, ou com número de membros de carreira maior que o de integrantes políticos. Sendo que, como a gestão municipal é de quatro anos a do conselho teria o mesmo prazo, porém, a posse dos funcionários - não gosto da palavra funcionário, pois máquinas funcionam, enquanto pessoas colaboram, ou não - retomando... a posse dos colaboradores eleitos no conselho seria na metade da gestão municipal, ou seja, uma mesma gestão do conselho participaria de frações equivalentes a metade de duas do executivo da capital – segunda metade de uma e primeira de outra. Assim, hipoteticamente, seria criado o cenário de garantia de acatamento da gestão estratégica. Obviamente isso implicaria alterações na legislação estabelecendo a participação e forma de como se daria atendendo em pleno o impreterível princípio da legalidade.

    ResponderExcluir
  2. Contudo, essa atitude isolada não bastaria! Também é necessário sanar o seguinte problema: a Carris por força dos erros estratégicos de gestões tornou-se muito maior, jurídica e formalmente, do que consegue ser no campo pragmático. Prova é que deve mais de 9 milhões ao sistema por não cumprir quilometragem! Assim, precisando ser redimensionada de forma compatível à sua realidade momentânea assumindo apenas compromissos operacionais os quais pode cumprir. A parti daí mudanças estruturais internas a fim de sanar paradoxos. Exemplos simplórios: por que contratar serviço terceirizados quando, teórica e possivelmente - cabe melhor análise - haveria condição de realizar na própria empresa? Como se admite gestores sem escolaridade e conhecimento adequado à função, sem treinamento e sem o mínimo domínio das ferramentas de gestão e qualidade? Funcionários exercendo A MESMA função com salários diferentes em face de seus cargos não possuírem nomenclaturas análogas, situação que é legal, pois, o requisito de temporalidade para fim de equiparação salarial não pode ser atendido nesse caso em especial. Embora legal esse fato exerce forte influência de ordem motivacional, dentre outros exemplos que poderiam ser elencados! A empresa no primeiro trimestre apresentou os melhores índices de qualidade, conforme a EPTC - Empresa Pública de Transporte e Circulação, e esse fato somente aguça a minha preocupação, pois NÃO CONSIGO ENXERGAR RESULTADOS ANTES DE ENXERGAR AS PESSOAS QUE OS ENTREGAM. Ou seja, em sua condição precária e adversa a liderança de ranking é a custa de penosidade para seus trabalhadores que são cotidianamente mal tratados pelas condições postas, tanto estruturais, quanto de gestão, colocando a organização na contramão das recomendações das escolas de Gestão de Pessoas as quais afirmam que o maior patrimônio de uma empresa são seus colaboradores. Destaco que reestruturação também demanda investimentos financeiros de grande monta.
    A Mobilidade Urbana é temática fundamental não apenas na garantia do direito de ir e vir, também é fator decisivo no desenvolvimento econômico e social. Nesse contexto o transporte rodoviário coletivo de passageiros assume papel fundamental e péssimas perspectivas, dado que a tendência é de que o cenário de mobilidade apresente em curto prazo pioras em seus indicadores. Simploriamente, pode-se depreender que o aumento do uso do transporte individual promove a queda do número de usuários do transporte coletivo.

    ResponderExcluir
  3. Como consequência temos a diminuição de receita e o aumento no custo operacional de transporte, por conseguinte, vias com mais veículos tendem a saturação e maior tempo de deslocamento. Nesse cenário o poder público deve capitanear e promover as condições necessárias à mobilidade tomando medidas imprescindíveis de forma eficiente, e relembro, eficiência é um dos princípios imperiosos da administração pública. Diante das tendências negativas, talvez, em médio prazo seja necessário a implementação de um modelo de transporte subsidiado sob pena de não haver operadores interessados em rendimentos – lucros – baixos para um negócio de grande complexidade operacional quando o empreendedor, em tese, poderia auferir maior rentabilidade em outras áreas de atuação disponíveis no mercado.
    Eu recomendo ao executivo, prefeito Nelson Marchezan Júnior, a participação de colaboradores de carreira no Conselho de Administração, a reestruturação administrativa priorizando a participação de quadros qualificados de carreira em posições estratégicas e o redimensionamento através de licitações de linhas, não apenas por ser uma alternativa tecnicamente cabível, também pela questão política. A Carris, na contemporaneidade, confunde-se com a história da capital, posto que a sociedade a reconhece como patrimônio e devota grande carinho à instituição centenária que a pertence e opera em nossa capital desde o ano de 1872, portando, privatização ou encerramento, seria uma decisão com alto preço político e se tratando de "coisa pública" é preciso conciliar aspectos técnicos e políticos, não é diferente, infelizmente! Faz-se necessário o início de uma Cia Carris sólida e que, de fato, atenda aos interesses, tanto público, quanto dos colaboradores.
    Dou vulto de que não exerço representatividade de nenhuma parte. Dessarte, minhas considerações tratam-se de ato personalíssimo. Agradeço-os pela atenção! Um fraterno abraço a todos!

    Atenciosamente,
    Alessandro Borba
    Acadêmico do Curso Superior em Transporte Terrestre
    Universidade Federal de Pelotas (UFPel), campus Eldorado do Sul/RS.

    ResponderExcluir
  4. É imperiosa a necessidade de realizar uma correção. Quando cito a condição de capacitação de gestores não se pode generalizar, pois há parte significativa desses quadros que possuem conhecimento satisfatório.

    ResponderExcluir