8 de março de 2018

Prefeitura aumenta idade máxima da frota de 10 para 16 anos

Retrocesso a vista no transporte público de Canoas 


Ontem terminamos o dia com uma boa e uma péssima notícia pra quem anda de ônibus em Canoas. O secretário de transportes Ademir Zanetti informou em matéria para o Diário de Canoas sobre os novos ônibus  que a lei municipal da idade da frota foi alterada “Em vez de 10 anos, hoje a frota de Canoas pode ter no máximo 16 anos”.  

O edital de 2009 previa que os coletivos deveriam ser desativados do sistema urbano aos 10 anos de uso, o que já não vinha sendo cumprido pela Sogal desde 2012. 

Em 2017 ao assumir a Prefeitura, o Prefeito Luís Carlos Busato prometeu resolver o problema da idade da frota. Desde então entraram em circulação 33 ônibus, sendo 16 zero km e outros 17 seminovos com diversos itens de alto padrão e qualidade jamais vista pelos Canoenses. 

O problema foi o anúncio do aumento em 6 anos da idade máxima da frota, se equiparando com os 16 anos aceitos pela metroplan para os ônibus da Vicasa e demais cidades metropolitanas. Sendo assim um retrocesso para o transporte municipal. Outro problema seria esse ajuste válido para a licitação de que ocorrerá esse ano. Você concorda com o aumento da idade da frota? Entenda um pouco


Devemos aceitar ônibus usados no sistema urbano de Canoas?

Depende!


Veículo tipo 1 - zero km (motor dianteiro)
Veículo tipo 2 - até 5 anos (motor traseiro, piso baixo, suspensão a ar, acessibilidade universal,)
Veículo tipo 3 - até 7 anos (articulado)

Alguns aspectos devem ser levados em consideração, como o estado de conservação, idade de no máximo 5 anos e o tipo de veículo. Dos 17 usados, 14 são motor traseiro, possuindo piso baixo, acessibilidade universal (cadeira de rodas entra pela rampa, sem degraus, sem elevador), suspensão a ar e outros itens de conforto que nenhum dos 16 ônibus zero km possuí. Se os veículos possuírem além disso ar-condicionado, então é um bom negócio aceita-los no sistema, pois nenhuma cidade da região metropolitana possuí veículos nesse padrão, e apenas 8% dos ônibus de Porto Alegre. Esses veículos possuem um preço de aquisição mais elevado sendo zero km, porém semi-novos custam um terço do valor de um zero km comum.
Já 3 unidades dos 17 são motor dianteiro, sem piso baixo, sem suspensão a ar, são adaptados com elevador e possuem ar-condicionado, prefixos 150, 151 e 152.
Outro caso para aceitar veículos usados seria os articulados, que zero km custam o dobro de um veículo comum, mas poderiam ser adquiridos com até 8 anos de outras cidades. Parece ruim em um primeiro momento mas temos uma demanda reprimida, usuários do Mathias reclamam constantemente de superlotação.




Devemos concordar com o aumento da idade máxima da frota?

NÃO como se apresenta, mas elaboramos uma proposta para  a licitação

Veículo tipo 1 - 10 anos (motor dianteiro, com ar condicionado)
Veículo tipo 2 - 14 anos (motor traseiro, piso baixo, suspensão a ar, acessibilidade universal)
Veículo tipo 3 - 16 anos (articulado)

16 anos em um ônibus motor dianteiro, sem ar, sem maiores itens de conforto e sem manutenção adequada não dá, Canoas é um cidade grande e merece um transporte de qualidade, não podemos aceitar retrocesso, mas os veículos tipo 2 e 3 citados acima e com a manutenção devida poderiam dar um salto de qualidade mesmo circulando mais que 10 anos.


É possível a exigência de veículos tipo 2 e 3 na licitação?

Sim, em Porto Alegre o padrão da frota é predefinido em licitação e cabe às empresas segui-lo. Queremos um estudo de viabilidade para incorporação de frota de articulados no sistema urbano e porcentagem mínima de 20% da frota com motor traseiro e piso baixo.

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