Aeromóvel é confirmado, e rebaixamento do trem começa a nascer

Tony Capellão

O prefeito Jairo Jorge e o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, anunciaram nesta quarta-feira (1º), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (Cics), propostas que pretendem mudar a história da mobilidade urbana em Canoas. Uma delas é a garantia de que, com financiamento do Governo Federal, o trecho 1 do aeromóvel vai se tornar uma realidade para o transporte da população, com obras previstas para começar no início de 2015. Na mesma cerimônia, foram confirmados os recursos para os projetos dos trechos 2 e 3.

"Trinta anos depois de essa tecnologia ter sido criada por um engenheiro gaúcho, estamos dando o primeiro passo para transformar essa tecnologia em uma alternativa real para o transporte de massa", declarou o prefeito Jairo Jorge.

O Ministério das Cidades garantiu à Prefeitura de Canoas os R$ 272 milhões necessários para que seja licitada a implantação do trecho 1 do aeromóvel, que ligará a Estação Mathias Velho da Trensurb à Avenida 17 de Abril, no Bairro Guajuviras. Essa primeira etapa terá 5,9 quilômetros e nove estações.

O Município entrará com uma contrapartida de R$ 15 milhões, totalizando R$ 287 milhões para as obras do trecho 1. Com os recursos, a licitação deverá ser lançada até o final de 2014. A previsão é de que as obras se iniciem no primeiro semestre de 2015 e estejam concluídas no prazo de um ano e meio.

A estimativa é que os usuários do aeromóvel façam o percurso entre os bairros Mathias Velho e Guajuviras em cerca de 12 minutos. De ônibus, são necessários em torno de 30 minutos. No trecho 1, devem ser transportados 60 mil usuários por dia.

O Ministério das Cidades também liberou R$ 9 milhões para a elaboração de projetos dos trechos 2 e 3 do aeromóvel. O trecho 2, de 4,8 quilômetros, ligará a Estação Mathias Velho ao final da Avenida Rio Grande do Sul, no mesmo bairro. O trecho 3 terá três quilômetros, do entroncamento das avenidas Farroupilha e Boqueirão, no Bairro Igara, até a Praça do Avião, no Centro. Nos três trechos, serão 25 estações.

O aeromóvel é um meio de transporte de tecnologia nacional, 100% automatizado (sem condutores a bordo). O movimento é produzido a partir do impulso gerado pela compressão do ar. Do solo, ventiladores industriais de alta eficiência energética e baixa potência enviam o ar para dentro da via elevada. Tem baixo custo de implantação e de operação e gera impacto urbano bem menor do que os sistemas convencionais.

Rebaixamento do trem no Centro

O projeto executivo do rebaixamento da linha do trem na região central da cidade também foi apresentado. Serão 2.200 metros desde o viaduto da Inconfidência, na Rua Araçá, até pouco depois da Rua Mathias Velho, perto do Canoas Shopping.

"O sonho de milhares de canoenses começa a ganhar forma. Hoje é o primeiro passo para resgatar uma dívida antiga com Canoas", disse o prefeito, a respeito do projeto inovador.

Os recursos de R$ 5,9 milhões investidos no projeto executivo são do Governo Federal. Agora, o Município buscará recursos do Programa de Aceleração do Crescimento 3 (PAC 3) para execução das obras.

A iniciativa vai unificar o Centro, o trânsito será reorganizado e a população ganhará espaços de convivência e lazer. O projeto contempla, ainda, a criação de corredor de ônibus, uma esplanada de integração, circulação de pedestres, carros e transporte coletivo junto à nova estação da Trensurb no Centro.

Em função do rebaixamento, a estação Canoas/La Salle ficará no subsolo, na altura da Praça da Bandeira.

O projeto está ajustado ao futuro túnel da Rua Domingos Martins, previsto no edital das melhorias da BR-116, lançado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) em setembro.