Bloco de Luta debate o transporte público em assembleia popular em Porto Alegre

Na ocasião, foi apresentado um projeto que prevê sistema de ônibus 100% municipal na cidade

Encontro foi no Largo Glênio Peres, em frente ao terminal ParobéFoto: Carlos Macedo / Agencia RBS

Eduardo Rosa

eduardo.rosa@zerohora.com.br

No dia em que a população de Porto Alegre passou a pagar R$ 2,95 pela passagem de ônibus, o Bloco de Luta pelo Transporte Público realizou uma assembleia popular no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. A reunião desta segunda-feira, em frente ao terminal Parobé, contou com música e teatro.

Chamado pelas redes sociais e aberto ao público, o evento se iniciou por volta das 18h, com apresentações de rap. Em seguida, Rodrigo Brizolla, do Utopia e Luta, fez a abertura da assembleia relembrando fatos ocorridos depois que as manifestações contra o aumento da tarifa ganharam corpo. Foram citados a decisão judicial que reduziu o preço da passagem de R$ 3,05 para R$ 2,85, a inspeção do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a ocupação da Câmara de Vereadores, o projeto prevendo passe livre e a greve dos rodoviários.

Esquetes teatrais criticando os empresários que operam o sistema de transporte pontuaram o encontro. Lorena Castillo, da Federação Anarquista Gaúcha (FAG), fez uma apresentação sobre a situação dos ônibus na Capital — conforme a militante, há um conluio entre empresários, governantes e mídia, motivado por interesses políticos e econômicos. Na sequência, foi detalhado um projeto de lei de iniciativa popular, de transporte 100% municipal, cogerido por usuários e operários. A ideia da proposta é que, em 10 anos, todo o serviço esteja municipalizado.

— Quando falamos de transporte público, estamos falando de direito, e não de privilégio — disse Lorena, antes de relembrar bandeiras do Bloco de Luta e a necessidade de "mobilização, discussão e organização".

Organizações políticas e a população em geral tiveram a oportunidade de se manifestar no microfone, com sugestões ao projeto de iniciativa popular que necessita de um abaixo-assinado. A maioria das falas, no entanto, foi na direção do aumento da mobilização.

Nova manifestação

Na assembleia, ficou marcado um novo ato: será na quinta-feira, às 18h, em frente à prefeitura. Também ficou acertada uma vigília permanente para barrar o aumento da tarifa, composta por panfletagens e marchas, por exemplo. A última manifestação do Bloco de Luta ocorreu na quarta-feira passada.